Somos tendenciados a ser cobradores de nós mesmos.
Na lógica humana, é mais fácil ser pecador do que ser santo.
Mas porque, se cada um tem sua dificuldade e sua facilidade diferente? –Porque
temos memória, e esta, nos faz lembrar mais de nossas misérias do que de nossas
bondades, pois, geralmente o pecado nos deixa uma marca mais forte enquanto a
bondade nos dá esperança e alegria.
Todos os dias sofremos grandes tentações, sejam elas para
acumular pecados ou até “chutar o pau da barraca”. Se pudermos perceber, nos
daremos conta de que caímos no pecado pela livre sensação de prazer ou até
mesmo no querer chamar a atenção das pessoas. Digo isso porque somos pessoas
humanas e estamos sujeitas a qualquer coisa todos os dias.
Quando caímos no pecado é gerado em nós duas sensações: o
prazer da execução e o “arrependimento” por não conseguir renunciar. A segunda
sensação gera em nós a culpa. Mas porque me arrependo de algo que escolhi
livremente praticar? – Aqui devemos entrar em nossa verdadeira condição de humanos e saber que verdadeiramente somos
fracos, e sozinhos somos incapazes de renunciar ao pecado.
O sentimento de culpa gera em nós certa falta de esperança em
nós mesmos, é como se dentro de nós não existisse mais condições de conversão;
como se o perdão não fosse chegar até nós. Entretanto, o senso de culpa, que é
diferente do sentimento de culpa, gera em nós o desejo de conversão, de
mudança. O sentimento de culpa não deve reger os nossos passos, muito menos as
nossas decisões, tampouco nossa vida espiritual. Já o senso de culpa nos
recorda sempre que não estamos sós. Santo não é aquele que não peca, mas, quando peca estende a mão para a misericórdia de Deus, que o ergue novamente.
- Lembremos sempre de estender a mão à misericórdia de Deus
e tudo não passará de uma “queda” que serve de composição de um testemunho da
glória de Deus.